Comida de Verdade VS. Ultraprocessados
Do século XIX para frente, em decorrência do advento da industrialização, houve a passagem da escassez generalizada para a grande profusão de alimentos. E então, no mundo contemporâneo, surgiram os “alimentos ultraprocessados”. Eles nada mais são que alimentos artificiais e reconstituídos, fabricados através de diferentes etapas de processamento industrial e , no geral, com grande adição de açúcar, sal, gordura e conservantes. Isto é, são alimentos que não nutrem.
Os ultimos anos no Brasil, os alimentos in natura foram substituídos pelos ultraprocessados, criando um novo padrão alimentar brasileiro no qual os alimentos tradicionais acabaram esquecidos. Os ultraprocessados estão cada vez mais ocupando espaço na rotina alimentar das famílias pela facilidade, pelo preço, pela alta palatabilidade e fácil armazenamento. Além também da questão socioespacial, marcada pela dificuldade no acesso a alimentos saudáveis que muitos grupos enfrentam.
Cerca de 80% da população brasileira não consome a quantidade necessária de alimentos com nutrientes preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como fator de proteção contra as doenças crônicas.
PINTO, Juliana Rosa Ribeiro; COSTA, Flávia Nunes. Consumo de produtos processados e ultraprocessados e o seu impacto na saúde dos adultos. Revista de Nutrição, Campinas, v. 31, n. 3, p. 335-346, 2018. DOI: 10.1590/1678-98652018000300009.
Para reverter esse cenários, devem ser feitas ações tanto no cenário público, quanto no privado. Existe o papel do Estado em reverter essa realidade através da criação de políticas públicas. Há, também, ações individuais, como fazer listas de compras semanais que incluam alimentos in natura; comprar em feiras livres e valorizar a produção de pequenos produtores agrícolas; dar preferência para produtos artesanais, integrais, veganos e orgânicos; ter maior atenção aos rótulos dos alimentos e organizar o armazenamento dos alimentos.
Esse crescente consumo que a curto prazo confere agilidade, a longo prazo desencadeia as chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como doenças no aparelho gastrointestinal, doenças cardiovasculares, obesidade, distúrbios metabólicos, a obesidade, desnutrição, diabetes, até mesmo óbito.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Fiocruz, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidad de Santiago de Chile calculou, pela primeira vez, o número de mortes prematuras (de 30 a 69 anos) associadas ao consumo de ultraprocessados no Brasil: são aproximadamente 57 mil óbitos por ano, com base em dados de 2019.
TORRES, Raquel. Brasil tem 57 mil mortes por ano devido ao consumo de ultraprocessados, estima pesquisa. O joio e o trigo, 07 nov. 2022. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2022/11/brasil-tem-57-mil-mortes-por-ano-devido-ao-consumo-de-ultraprocessados-estima-pesquisa/. Acesso em: 28 abr. 2023.
Além dos perigosos à saúde, existe outro perigo que o consumo de ultraprocessados oferece que é o apagamento da memória e da história de um conjunto de pessoas criadas a partir da comida e, se você não conhece seu passado, não tem como construir um futuro. Conhecer nossas raízes históricas é imprescindível para nos reconhecermos como indivíduos e criarmos nossas identidades.
Nossas preferências são culturalmente determinadas e comer é um ato social. Escolher, preparar e consumir são práticas culturais importantes para a identidade humana e, ainda mais, para a comunicação desta identidade. Se não possuirmos memória, se torna muito mais complexa a construção da nossa história de vida.
Um exemplo da memória que a comida tem é a Comfort Food. Aquela comida que te dá um abraço quando você precisa, que causa sensações gostosas, evocando memórias e o sentimento de pertencimento. Sabe aquele dia que você está esgotada fisicamente e emocionalmente e a única coisa que você queria era comer aquela canja feita pela sua mãe? Pois é! A construção da memória ocorre no contexto social do indivíduo através do relacionamento com a família, classe social, religião, profissão, escola e por aí vai!
A identidade cultural, os padrões alimentares e os gostos são fenômenos culturais que estão em constante mudança em um longo processo de transformação. Adicionando os ultraprocessados e a supressão dos alimentos in natura - aqueles feitos na panela, a comida caseira - qual será a história e a representação da identidade daqueles que consomem. O que esses alimentos comunicam?
Mas calma, nem tudo está perdido. Sabendo desses perigos, diferentes empresas nasceram e nascem buscando mudanças. A Pitada é uma delas. Nossos produtos foram pensados para funcionar como ferramentas visando melhorar a qualidade alimentar e aumentar consumo de legumes, verduras, hortaliças, grãos, cereais e frutas. Queremos mostrar para o máximo de pessoas possíveis o universo de possibilidades que cozinhar vegetais através de refeições saborosas, saudáveis e acessíveis.
Por isso escolhemos não focar em um produto, mas diferentes itens que fazem a alimentação saudável acontecer em todos os momentos do dia. E nada de letrinhas miúdas! Os ingredientes são bem legíveis para não ter dúvida, tudo orgânico, vegano, integral e artesanal. Além dos conteúdos que sempre disponibilizamos para vocês.
Sabemos o baita desafio que estamos encarando, mas o amor pela comida é bem maior, então, vamos juntos nessa.
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